Projeto Mandala

PROGRAMA MANDALA
Programa Agroecológica Integrada Pais

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Programa Agroecológica Integrada Pais
APRESENTAÇÃO

O sistema PAIS – Produção Agroecológica Integrada Sustentával, tem como principal foco a agricultura familiar, prioritariamente em assentamentos rurais e comunidades de quilombolas e indígenas, através de Associações, Assentamentos Rurais, Cooperativas ou ONG,
O sistema PAIS tem como premissa básica o manejo orgânico da produção. Considera-se sistema orgânico agropecuário todo aquele em que se adotam técnicas específicas de otimização do uso de recursos naturais e socioeconômicos e de respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivos a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, de organismos geneticamente modificados e de radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção.
A produção orgânica emprega, em grande parte, técnicas originadas na observação da natureza. A pesquisa tem revelado métodos que otimizam os processos existentes na natureza. Um grande exemplo é a utilização de compostagem para a nutrição das culturas. Na natureza, os resíduos orgânicos (folhas, insetos, etc) são processados pela microflora existente, transformando em adubos para serem utilizados pelas plantas. Esse é o processo existente nas matas. O homem aperfeiçoou o processo para gerar adubo para a nutrição das culturas pelo método da compostagem. A pesquisa científica tem comprovado que o mais importante na produção orgânica é manter a cultura bem nutrida, com solo em equilíbrio. Outra técnica empregada na agricultura orgânica é da policultura, ou seja, manter o ambiente de cultivo com uma boa diversidade de culturas. Essa técnica procura manter em harmonia as pragas e seus predadores. Quando, por qualquer motivo da natureza, acontecer um desequilíbrio, entra em ação métodos naturais de combate às pragas e doenças para reequilibrar o ambiente. A água utilizada na irrigação das culturas é obrigatoriamente limpa, proveniente de fontes ou mananciais sem qualquer contaminação.
O manejo do solo segue um conjunto de regras que proporcionam o uso sustentável, sem degradação. O plantio é feito em curva de nível para evitar a lavagem da terra pela água da chuva ou da irrigação. São aplicadas as técnicas de adubação verde e rotação de cultura. A adubação verde, entre outras propriedades, é feita para aumentar a matéria orgânica do solo e intensificar a ação de organismos benéficos. A rotação de cultura, entre outras propriedades, é feita para não esgotar o solo de determinados nutrientes, já que cada cultura consome mais um nutriente do que outro. Além disso, a rotação quebra o ciclo das pragas com a troca da cultura para outra que tem outros predadores. A produção orgânica tem uma garantia adicional para o consumidor: a garantia de qualidade orgânica dada pelas organizações certificadoras que atestam que a produção seguiu as boas práticas recomendadas.
Dessa forma o Guia Prático PAIS tem como objetivos auxiliar os consultores e agricultores no exercício do manejo orgânico da produção, preconizado no sistema PAIS “Produção Agroecológica Integrada Sustentável” e conjugar esforços das instituições envolvidas, para a geração de trabalho e renda, para a melhoria da qualidade de vida e para o aproveitamento das oportunidades produtivas existentes.

GUIA PRÁTICO PAIS
1 ESCOLHA E PREPARO DO LOCAL

Fazer uma avaliação segundo os princípios de preservação ecológica. É o primeiro passo a ser observado, pois é necessário obedecer a alguns critérios técnicos para sua implantação, como: limpeza do terreno, condições climáticas e topográficas, acesso ao local, água, insolação, proteção contra ventos, profundidade e declividade do solo.

1.1 Limpeza do terreno

Consiste em retirar, do local onde será implantado o PAIS, todos os objetos que possam impedir o bom desenvolvimento da cultura, como: paus, pedras, plásticos, madeiras, entulhos, etc. Somente quando o terreno estiver livre destes resíduos, poderá ser iniciado o preparo do solo.

1.2 Acesso ao local

O plantio deve estar o mais perto possível da mão-de-obra. O acesso ao local onde será instalado o sistema precisa estar em bom estado, pois por ele passarão os veículos que transportarão a produção colhida e os insumos necessários à produção.

1.3 Água

A água é indispensável para o desenvolvimento das plantas; portanto, deverá ser de boa qualidade e em quantidade suficiente durante o ano todo.

1.4 Profundidade do solo

O solo raso encharca facilmente e não permite o crescimento das raízes. A profundidade do solo ideal, para o cultivo de hortaliças, deve ser de 0,40 a 0,50 m, o que possibilitará às raízes absorverem, de forma satisfatória, água e nutrientes. Fazer a verificação da profundidade utilizando uma vara de ferro. O solo deve ter boa circulação de ar entre as suas camadas e grande quantidade de matéria orgânica, para que a cultura tenha um bom desenvolvimento.

1.5 Declividade do terreno

Escolher terrenos com pequena declividade, pois apresentam melhores condições de manejo e tratos culturais. Possibilitam, ainda, o escoamento rápido da precipitação e facilitam a colheita e o transporte da produção.
Os terrenos com declividade acentuada dificultam o trabalho mecanizado, o transporte, o acesso ao local e a colheita. Terrenos sem declividade favorecem o acúmulo de água e o encharcamento do solo, o que dificulta a oxigenação das raízes, compromete o crescimento e favorece o aparecimento de doenças nas plantas. Estes terrenos devem ser evitados.
1.6 Insolação

É fundamental para a saúde e a produtividade, A insolação é a quantidade de radiação solar que chega até as plantas e é utilizada por elas. As hortaliças necessitam de muita luz (8 a 10 horas, por dia) para crescerem sadias e rapidamente. Por isso, devemos escolher locais que tenham boa insolação, evitando lugares excessivamente sombreados.

1.7 Proteção contra ventos

É importante e deve ser instalado em todas as hortas. Os quebra-ventos são barreiras geralmente feitas de vegetação, que têm a finalidade de desviar e diminuir a força dos ventos. Podem ser feitos com bananeiras, grevílea, hibisco, e bambu, entre outros. A proteção contra os ventos é importante para evitar que: tombamento das plantas; propagação de doenças; redução da umidade do terreno, exigindo maior irrigação; danos nas plantas.

1.8 Proteção com cercas

O terreno onde for instalado o sistema deve ser cercado para proteger a área de plantio, evitando, assim, a entrada de animais e pessoas estranhas. Essa providência deve ser tomada logo que se iniciar o preparo do solo. Para o cercar a área poderão ser utilizados os seguintes materiais: arame liso, farpado, cerca viva, etc.

2 INSTALAÇÃO DO SISTEMA PAIS

A instalação do sistema se inicia com a demarcação do ponto central da área do galinheiro e da horta circular. O anel central é reservado para as aves, que vão aproveitar como parte da sua alimentação os restos da horta e fornecer ovos, carnes e esterco. A outra parte da alimentação desses animais está prevista dentro do sistema agroflorestal e de produção de grãos, raízes e tubérculos. O tamanho da horta vai depender do numero de pessoas da família no projeto vamos priorizar famílias de cinco pessoas. Para essa família serão necessários três canteiros. A horta circular deve ter um diâmetro de aproximadamente 16 metros. O ciclo central para as aves terá um raio de 2,5m podendo abrigar até 10 galinhas.

2.1 Galinheiro

Medir e definir o centro da área onde será locado o galinheiro e a horta circular. Fazer a abertura dos buracos para fixação dos postes laterais do galinheiro e fixar o poste central, para a sustentação da cobertura do galinheiro. As dimensões do galinheiro é um raio de 2,5m e espaçamento entre estacas de 2,34 m, a altura do postes central enterrados deve ser de 3,5 a 4,0 (0,5 m enterrado) e os postes laterais devem ter de altura 3,0 a 3,5 m (0,5 m enterrado). A porta de entrada do galinheiro deve ter 1,0 m centralizado com o eixo principal da irrigação. As laterais devem ser fechadas com tela utilizada em galinheiros a altura de 1,80 m. Deve-se construir um abrigo para as aves, confeccionado com material disponível na região e forrar a área do galinheiro com resíduos vegetais, com objetivo de iniciar o processo de compostagem. Posteriormente esse material será conduzido à área de compostagem. Deve-se colocar o comedouro e bebedouro em locais de fácil acesso para as aves.

2.2 Canteiros

A largura dos canteiros deve ser de 1,0m e possuir distância entre canteiros de 0,50m. O primeiro canteiro deve estar situado a 3,5m do ponto central e 1,0 m da cerca do galinheiro, deverá ter aproximadamente 26m. O segundo canteiro deve estar situado 5,20m do ponto central, deverá ter aproximadamente 36,5m. O terceiro canteiro deve estar 6,90 m do ponto central, deverá ter aproximadamente 47,1m. A altura dos canteiros deve ser de 20cm no verão e 10cm no inverno (de acordo com a necessidade local).
2.2.1 Sistema de irrigação dos canteiros

No primeiro canteiro (mais interno) deverão ser instaladas duas fitas gotejadoras distanciadas 30cm uma da outra, no segundo canteiro (intermediário) deverão ser instaladas duas fitas gotejadoras distanciadas 30cm uma da outra e, no terceiro canteiro (mais externo) deverá ser instalada uma fita gotejadora central.

2.2.2 Adubação dos canteiros

A recomendação de adubação deverá se efetuada de acordo com o histórico da área e análise do solo, mas recomenda-se a utilização de calcário e esterco de gado.

2.2.3 Planejamento do plantio

Deverá ser efetuado em função do ciclo das culturas e do consumo da família.

2.2.4 Recomendações gerais

O manejo deve ser feito com rotação de culturas, diversificação de espécies, cobertura morta, utilização de composto, irrigação e outros. Para a produção de mudas serão utilizadas bandejas e o substrato para produção das mesmas será terra preta 30%, húmus 50%, carvão 20%.

2.3 Compostagem

A escolha do local deverá ser efetuada em função da facilidade de manejo, proximidade da horta e facilidade de irrigação. O preparo do composto deverá ser efetuado com resíduos vegetais e animais (ex.: folhas de mangueira, palhada de bananeira e esterco de gado). Dentro do sistema de irrigação foi projetada uma saída para fornecimento de água para área de compostagem, que deverá ser irrigada constantemente. A montagem da compostagem é feito através de camadas alternadas entre resíduos vegetais ricos em carbono e dejetos animais, ricos em nitrogênio.

2.4 Sistema Agroflorestal – SAF

O sistema agroflorestal tem como função recuperar as áreas degradadas ao redor da horta, ou simplesmente fazer parte da vegetação já existente. Esse sistema serve para complementar a dieta da família com frutas e outros alimentos, bem como a alimentação dos animais. As plantas de maior necessidade hídricas devem estar nos primeiros anéis em volta da horta, para receberem parte da água da irrigação da horta. No dimensionamento do sistema está prevista a irrigação dessas culturas. No caso dos sistemas agroflorestais não há necessidade de limitar o espaço, podendo ocupar áreas maiores. Na composição do SAF constarão espécies frutíferas nativas, exóticas, arbóreas e medicinais e ornamentais. O plantio deverá ser definido conforme a cultura local. A recomendação de adubação deverá ser efetuada de acordo com o histórico da área e análise do solo. A localização dever ser ao redor dos canteiros circulares da horta, ou conforme terreno. E o sistema de irrigação será do tipo gotejadores do kit PAIS.

2.5 Sistema de irrigação

A caixa d`água deverá estar numa posição acima da horta, com no mínimo 3 m de desnível para que a irrigação possa ser feita por gravidade. O sistema de irrigação será efetuado por um sistema de irrigação localizada, ou seja por gotejamento, com auxílio de gotejadores e tubos gotejadores. O sistema de irrigação por gotejamento apresenta as seguintes vantagens: menor consumo de água e energia; redução de perda de terra e nutrientes por erosão; fácil manejo.
Uma mangueira de 1 polegada conectada à caixa d´água por meio de um filtro é conduzida até a parte central da horta. Essa mangueira funcionará como uma linha de distribuição de água que atravessará todos os canteiros, na qual serão conectadas os tubos gotejadores distribuídas ao longo dos canteiros. Para culturas mais adensadas serão usadas duas linhas de tubo por canteiro. Para culturas de maior espaçamento somente uma linha de fita será usada.

3 PLANTAS INDICADORAS DE QUALIDADE DO SOLO

Algumas espécies de plantas podem ser utilizadas como indicadoras ou sinalizadoras de potencial ou de problemas do solo. O surgimento de ervas invasoras pode ser uma reação do solo em relação a métodos inadequados quanto a sua utilização. O quadro 03 relaciona a espécie de planta e a situação do solo.
Quadro 03. Plantas indicadoras da qualidade do solo.
Planta
Situação do solo
Amendoim bravo (leiteira)
Desequilíbrio entre nitrogênio e micronutrientes, especialmente molibdênio e cobre.
Azevém
Aeração está deficiente.
Azedinha
Terra argilosa, pH baixo, falta de cálcio e molibdênio.
Barba de bode
Pobre em fósforo, cálcio e potássio. Queimadas afetaram.
Beldroega
Solo fértil, não prejudica as lavouras, protege o solo e é planta alimentícia com elevado teor de proteína.
Capim arroz
Indica solo rico em elementos tóxicos, como alumínio. Reduz após drenagem. Aplicando adubação fosfocálcica sobre a palha de arroz, o capim arroz diminui sensivelmente a germinação.
Capim carrapicho ou amoroso
Indica solos decaídos, erudidos e compactados. Desenvolve-se bem em pastagens pisoteadas. Desaparece com a recuperação do solo.
Capim marmelada ou papua
Solos em decadência. Típico de solos constantemente arados, gradeados e com deficiência de zinco. Desaparece com o centeio, aveia preta e ervilhaca. Diminui até mesmo com a permanência da própria palha sobre a superfície e com a adubação corretiva com fosfato de cálcio e reestruturação do solo.
Capim rabo-de-burro
Terras abandonadas e desgastadas, com baixo teor de cálcio.
Caraguatá
Solos férteis com húmus acido. Desaparece com calagem e rotação de culturas.
Carqueja
Solos pobres, com compactação superficial.
Carrapicho-de-carneiro
Solos com deficiência em cálcio.
Chirca
Indica pastagens mal manejadas. Solos ricos em molibdênio.
Dente-de-leão
Solo bom, rico em boro.
Erva-de-bicho
Solos anaeróbicos (sem ar) e periodicamente encharcados. Quando aparece junto com guanxuma e caruru é porque tem compactação na parte de baixo e por cima tem nitrogênio.
Grama forquilha
Solos de potreiro desgastados, cansados.
Grama-seda ou paulista
Solo muito compactado.
Guanxuma
Subsolo compactado e superfície lavada.
Língua-de-vaca
Solo pesado e compactado, fértil, mas sem areação.
Mamona
Terra arejada, deficiente em potássio.
Maria-mole
Compactação nas camadas profundas e deficiência de potássio.
Milhã
Solo exposto (descoberto). Pode aparecer junto com caruru em solos férteis que estejam expostos ou descobertos, onde há perda de nitratos.
Nabo
Carência de boro e manganês. Aveia quebra dormência do nabo. Correção com 3 Kg/ha de bórax e 5 kg/ha de manganês.
Picão-branco
Solo com excesso de nitrogênio e deficiente de micronutrientes.
Picão-preto
Indica solos de média fertilidade. Solos muito remexidos e desequilibrados.
Samambaia
Altos teores de alumínio. Reduz com calagem. As queimadas fazem voltar o alumínio ao solo e proporciona um retorno vigoroso da samambaia.
Tiririca
Solo ácido, adensado, descoberto, mal arejado. Carência de magnésio. É incompatível com feijão-miúdo, feijão-de-porco, mucuna e palha de cana-de-açúcar.
Transagem
Solos compactados ou adensados, freqüentemente úmidos.
Urtiga
Solos com excesso de nitrogênio (matéria orgânica) e carência em cobre.
Leguminosas em geral
Presença de fósforo, quando falta potássio enfraquecem a faltando cálcio são atacadas por cochonilhas e as sementes por brocas. Indicam solo bom.

4 PLANTAS COMPANHEIRAS E PLANTAS INIMIGAS

Algumas plantas podem beneficiar ou prejudicar outras plantas. O quadro 04 apresenta as plantas companheiras e as plantas inimigas, ou seja, orienta sobre a questão de organização do plantio do sistema.

Quadro 04. Culturas, plantas “amigas” e plantas “inimigas”.
Culturas
Plantas “amigas”
Plantas “inimigas”
Abóbora
miho, vagem, acelga, chicória, amendoin, cenoura
batatinhas
Acelga
Salsa, nabo, couve-flor, feijão, rabanete, cenoura

Alface
cenoura, rabanete, alho-poró, beterraba, rúcula, acelga, feijão, milho, alho, nabo, hortelã, chicória, ervilha, cebola, couve-flor, tomate
pepino, salsa, morango, aipo
Alho
alface, beterraba, cenoura, camomila, morango, rosa, tomate, salsa
ervilhao, feijão, couve-flor, aspargo
Alho-porro
cenoura, cravo-de-defunto, tomate, salsa

Aspargo
tomate, salsa, manjericão, mal-me-quer, cravo-de-defunto, rabanete
cebola, alho
Bardana
cenoura, funcho

Batata
feijão, milho, repolho, alho, favas, urtiga, cravo-de-defunto, caruru, ervilha, salsa, alho, cebola, espinafre
aipo, beterraba, couve-flor, tomate
Beterraba
alface, alho, nabo, vagem, salsa, cebola, pepino
mostarda, milho, batata
Berinjela
Feijão-vagem

Cebola
beterraba, morango, cenoura, camomila, tomate, couve, sálvia, alface, rosa, alecrim, macela, salsa, pepino, abóbora
ervilha, feijão, couve-flor, aspargo
Ervilha
cenoura, nabo, rabanete, pepino, milho, couve, abóbora, batata, salsa, couve-flor, alface
alho, cebola, cebolinha, tomate
Cenoura
Ervilha, alface, manjerona, feijão, rabanete, tomate, cravo-de-defunto, sálvia, cebola, cebolinha, bardana, salsa, hortelã, chicória, abóbora, alho

Cebolinha
Cenoura, mostarda, espinafre, tomate, rosa, repolho, couve-flor
Ervilha, feijão
Chicória
Alface, tomate, cenoura

Couve
Feijão, ervilha, camomila, hortelã, endro, sálvia, alecrim, tomilho, losna, aipo, salsa, acelga, espinafre, alface, pepino, rabanete
Beterraba, alho, cebola, batata, tomate
Espinafre
Morango, feijão, beterrab a, couve-flor, cebolinha, salsa, nabo, batata, rabanete, tomate

Feijão
Milho, girassol, berinjela, alface, batata, cenoura, pepino, couves, repolho, petúnia, alecrim, nabo, aipo, salsa, beterraba, rabanete, tomate
Mandioca, alho, ervilha, cebola
Girassol
Pepino, feijão, milho
Batatinhas
Macela
Cebola

Milho
Batatas, ervilha, feijão, pepino, abóbora, melão, melancia, trigo, rúcula, nabo, rabanete, quiabo, mostarda, serralha, moranga, girassol, endro, beldroega, caruru, mucuna, berinjela, amendoin, salsa, tomate, alface
Funcho, aipo, beterraba
Morango
Feijão, espinafre, tomate
Repolho, alface
Nabo
Ervilha, milho, alecrim, hortelã, acelga, espinafre, alface, tomate

Pepino
Girassol, feijão, milho, ervilha, aipo, salsa, beterraba, cebola
Rabanete, tomate, alface
Rabanete
Aspargo, tomate, ervilha, agrião, cenoura, espinafre, vagem, chicória, milho, salsa, couve, alface, batata, feijão
Pepino
Repolho
Batata, beterraba, alface, aspargo, cebola, cebolinha, tomate, endro, alecrim
Morango
Rúcula
Chicória, vagem, milho

Salsa
Salsa, tomate, aspargo, pimenta
Alface
Salsão
Alho-porro, batata, cravo-de-defunto, ervilha, tomate, repolho, feijão

Serralha
Tomate, cebola, milho

Tomate
Aspargo, alecrim, alho, cebola, cebolinha, hortelã, salsa, cenoura, calendula, serralha, salsão, sálvia, tomilho, mal-me-quer, urtiga, aipo, nabo, chicória, espinafre, alface, milho, feijão, rabanete
Pimenta, soja, batatinha, ervilha, pepino, batata
Vagem
Milho, abóbora, rúcula, chicória, acelga, rabanete

5 PREVENÇÃO E CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS

As pragas e doenças não aparecem por acaso, pois os insetos fazem parte da natureza. O desequilíbrio causado, em geral pela ação do homem (queimadas, monocultura, agrotóxicos), fez com que alguns desses insetos se multiplicassem rapidamente. Foi quebrada a cadeia de inter-relação animais-animais e animais-plantas. Estudos mostram que o aumento de consumo de agrotóxicos faz com que a cada ano apareçam 22 novas espécies de pragas. Aplicar inseticidas e fungicidas naturais são maneiras de ajudar a evitar maiores danos, mas esta não deve ser a única alternativa. As aplicações devem estar relacionadas com o manejo do solo e culturas, fazendo-se uma boa adubação orgânica, mantendo-se uma cobertura morta, realizando-se a rotação e o consorciamento de culturas. Assim, além de plantas mais fortes, existirão as condições necessárias para um melhor desenvolvimento dos inimigos naturais, sem necessidade do uso de fungicidas.
A seguir apresenta-se, de forma sintética, o produto, os ingredientes e os procedimentos para a preparação, a finalidade e a maneira de usar o produto.

5.1 Receitas de inseticidas e fungicidas naturais

Soro de leite
Função: controle de doenças e pragas em folhas e frutos de tomateiro.
Ingredientes: 1 litro de soro ou leite desnatado
1 litro de água
Modo de preparo/usar: misturar bem o leite com a água, pulverizar sobre as plantas uma vez por semana.

Inseticidas de enxofre
Função: controle de doenças como oídio em parreira, pepino e melancia; controle de pragas como cochonilhas, ácaros, carunchos e gorgulhos.
Tipo 1 – para pulverização em plantas
Ingredientes: 100 gramas de enxofre ventilado ou puro
20 litros de água
20 ml de óleo mineral (1%)
Modo de preparar: ir umedecendo aos poucos o enxofre até fazer uma pasta. Depois acrescentar o resto da água, misturar bem. Então acrescentar o óleo mineral, misturando mais uma vez.
Modo de usar: pulverizar sobre as plantas, evitando usar na época do florescimento.

Tipo 2 – para ser usado em galpões contra carunchos e gorgulhos
Ingredientes: 10 gramas de enxofre puro
25 ml de álcool
Modo de preparar: misturar o enxofre ao álcool.
Modo de usar: colocar a mistura numa vasilha, levar ao galpão bem fechado e atear fogo à mistura. Deixar o galpão fechado por 3 dias. Depois abrir para ventilar.
Obs.: esta quantidade é suficiente para fumigação de 1 m3 de produto ou 850 kg de grãos.

Acaricida de leite e farinha
Função: combater a presença de ácaros (aranhas vermelhas) que atacam principalmente folhagens ornamentais.
Ingredientes: 1 litro de leite desnatado
4 xícaras de farinha de trigo
20 litros de água
Modo de preparar: misturar bem o leite à farinha, acrescentar 8 litros de água. Misturar e depois coar. Completar a mistura com o restante da água para completar 20 litros.
Modo de usar: pulverizar sobre as plantas pelo menos 1 vez ao mês ou quando necessário.

Inseticida de água e cinza
Função: a cinza originada da queima de madeira ou lenha contém potássio (K) e outros minerais, que além de fertilizante serve como repelente de pragas.
Modo de preparar: juntar 2 kg de cinza e misturar a 10 litros de água. Deixar a mistura descansar por 1 dia.
Modo de usar: depois de pronto, coar e pulverizar ou regar sobre a planta. Para coar usar saco de estopa ou peneira.

Inseticida de macerado de alho
Função: o alho pode ser usado, na horta, como repelente contra pulgões e lagartas e, na lavoura de alho e outras culturas, para proteger a semente, no momento do plantio, contra os nematóides.
Ingredientes: 4 dentes de alho
1 litro de água
Modo de preparar: amassar os 4 dentes de alho num vasilhame, colocar 1 litro de água e deixar descansar durante 12 dias.
Modo de usar: pegar 1 litro dessa mistura para 10 litros de água, misturar bem e pulverizar a planta. No caso da presença de nematóide, colocar a semente (dentes de alho) de molho na solução por alguns minutos.

Inseticida de pimenta do reino

Função: usada no combate a pulgões, principalmente da couve.
Ingredientes: 100 gramas de pimenta do reino moída
1 litro de álcool
125 gramas (1/4 de barra) de sabão de coco, diluído para cada 10 litros de água utilizados
Modo de preparar: misturar bem a pimenta e o álcool e deixar repousar 1 semana numa garrafa de plástico.
Modo de usar: depois desse tempo, diluir 1 copo (250 ml) em 10 litros de água com o sabão diluído (desmanchado) e pulverizar. Fazer 3 aplicações sucessivas de 2 em 2 dias. Esperar 3 dias, depois da última aplicação, para colher.

Inseticida de extrato de pimenta do reino com alho e sabão (Kanthoniam. A)

Função: controlar pragas das solanáceas (batata inglesa, berinjela, pimentão, tomate), mas também pragas de flores, hortaliças, frutíferas, grãos e cereais.
Ingredientes: 100 gramas de pimenta do reino moída
2 litros de álcool
100 gramas de alho
50 gramas de sabão neutro (a cada pulverização)
Modo de preparar: pegar as 100 gramas de pimenta, juntar a 1 litro de álcool em vidro ou garrafa, com tampa. Deixar em repouso por uma semana.
– triturar as 100g de alho e juntar a 1 litro de álcool em vidro ou garrafa, com tampa. Deixar em repouso por uma semana.
Modo de usar: na hora de usar, dissolver 50 g de sabão em 1 litro de água quente, pegar um copo de extrato de pimenta, meio copo de extrato de alho, misturar bem e colocar no pulverizador com 10 litros de água. Agitar bem a mistura e completar com o restante de água, ou seja, até completar 20 litros.

Chá de arruda

O que é: inseticida e repelente.
Ingredientes: folhas de arruda e água.
Como fazer: cozinhar as folhas por alguns minutos em 2 litros de água.
Para que serve: controlar pulgões e piolhos (nos animais e nos humanos).
Como usar: acrescentar 5 litros d’água e pulverizar.
Nota: a quantidade de água é diminuída de acordo com os resultados.

Chá de coentro

O que é: inseticida.
Ingredientes: folhas de coentro e água.
Como fazer: cozinhar as folhas em 2 litros d’água, coar.
Para que serve: controlar ácaros e pulgões.
Como usar: acrescentar mais água e pulverizar. A quantidade de água varia de acordo com os resultados.

Samambaia

O que é: repelente
Ingredientes: samambaia e água.
Como fazer: 3 kg de samambaia moída e 10 l de água. Ferver por meia hora.
Para que serve: controlar pulgão, lagarta e vaquinha.
Como usar: 1 litro do produto para 10 litros de água. Pulverizar.

Folhas de pessegueiro

O que é: repelente.
Ingredientes: folhas de pessegueiro e água.
Como fazer: 1 kg de folhas de pessegueiro e 5 litros de água. Deixar ferver por 3 minutos.
Para que serve: controlar pulgão, lagarta e vaquinha.
Como usar: 1 litro de produto para 5 litros de água. Pulverizar.

Farelo de pão caseiro

O que é: formicida.
Ingredientes: pão caseiro e vinagre.
Como fazer: largar farelo de pão caseiro embebido em vinagre próximo às tocas/ninhos de formiga, carreiros e locais onde estão cortando. O produto introduzido na alimentação das formigas começa a criar mofo preto e fermenta. Isso é tóxico e mata a formiga.
Observação: as folhas de umbu também servem para controlar formigas.

5.2 Métodos de Controle de Pragas e Doenças

Lesmas e Caracóis

Utilizar sacos de amianto umedecidos. Fazer o recolhimento pela manhã.
Em sementeiros ou estufas: fazer uma borda de 20 cm de largura com cal em pá ou cinza ou serragem fina de madeira. Repetir semanalmente ou sempre que chover ou irrigar.
Em pátios com vegetação: regar com salmoura fraca 2 colheres de sal por litro de água. Este tratamento terá efeito fitotáxico, mas a planta se recupera rapidamente.
Pulverizar com calda bordalesa.
Pulverizar com suco de samambaia (1 kg de samambaia – plantas frescas – em 12 litros de água. Deixar por 10 dias. Para aplicar usar um litro do produto e 9 litros de água. Pulverizar sobre o local).

Brocas
Plantar preventivamente capuchinha, alho, cebola ou cebolinha verde ao redor de frutíferas.
Caiar os troncos com misturas repelentes (150 g de sulfeto de cobre, 150 g de sulfeto de ferro e 10 litros de água de cal).
Destruir as brocas e ovos, cortar fora os talos danificados e queimá-los. No outono, queimar os talos e galhos de poda.
Para repelir a mariposa e prevenir a postura de ovos, borrifar com cânfora diluída (naftalina não serve), ou polvilhar pimenta preta ao redor das raízes em crescimento.

Burrinhos
Pulverizar com calda bordalesa.

Carunchos
Colocar junto ao chão, sobre os grãos, uma camada de folhas de louro, misturar dente de alho, e banha de porco com os grãos na proporção de 1 cm cúbico por quilo.
Guardar os grãos com cinza ou areia em camadas para dificultar a passagem do inseto de um para outro grão.
Guardar os grãos em recipientes fechados, queimando o oxigênio com um pedaço de algodão umedecido em álcool.

Cochonilhas
Regar com mangueira, sob pressão, as colônias para desalojar as formas jovens e imóveis da praga.
Pulverizar com óleos minerais na proporção de 1% no verão e 1,4% no inverno.
Pulverizar com solução de sabão ou fumo.

Gafanhotos
Como repelente, coletar a maior quantidade possível queimá-los, espalhar a cinza sobre as plantas a serem protegidas.

Grilotalpa
Para afastá-los de sementeiras, enterrar produtos repelentes (folha de tomateiro, erva-de-santa-maria, pedrinhas de carbureto de cálcio).

5.3 Inimigos Naturais

Na natureza, o aumento desordenado ou o desaparecimento de um determinado animal (inseto ou outro qualquer) está ligado com outras modificações impostas à natureza, seja no que diz respeito ao trato do solo, seja quanto ao uso de produtos desequilibradores.
Neste sentido, a natureza é composta por uma cadeia de sucessivos inimigos naturais, ou seja, um se alimenta do outro para sobre viver, conservando assim o equilíbrio natural.
Na agricultura, consideram-se inimigos naturais alguns insetos, pássaros, sapos e outros, que se alimentam dos insetos considerados “pragas”. A presença desses inimigos naturais é fundamental para o desenvolvimento de uma agricultura ecológica. Para que estes sejam atraídos para a propriedade ou aumentem suas populações, deve-se facilitar com uma reserva de mata, bosques com árvores frutíferas e nunca limpar o terreno todo, fazer queimada ou aplicar agrotóxicos. A seguir estão relacionados alguns inimigos naturais:

Carabideos (Calosoma granulatum)
É um besouro com 4 cm de comprimento, ágil no caminhar sobre o solo e voa pouco. Atua nas sombras e à noite. Tocado, libera um odor forte. Consome, em média, 20 lagartas por dia. Ele preda mandarová da mandioca. Os carabideos maiores comem larvas e ninfas pequenas da lagarta, pulgões e mosca branca.

Joaninhas
São insetos que variam de 1 a 5 cm de comprimento com coloração variada.
Existem várias espécies e medem em média 4 cm de comprimento. Predam cochonilhas, pulgões, ácaros, mosca branca e ovos de lagarta do algodão.

Vespas
São inúmeras espécies. Controlam pulgões das curcubitáceas (abóbora, melão…), broca da cana, mandarová da mandioca, lagarta da soja, da maçã, do algodão, ovos de cochonilhas, broca de tomate, entre outros.

Tesourinhas ou lacraias
Insetos alongados, de 1 cm. Alimentam-se de pólen, ovos, ninfas e larvas recém-nascidas de várias espécies de lagartas.

Andorinhas
Pássaros que comem, por dia, uma quantidade de insetos equivalente à metade de seu próprio peso.

Morcego insetívoro
Alimenta-se de insetos, comendo, por dia, o equivalente à metade do seu próprio peso.

Sapos e rãs
Consomem grande quantidade de insetos, larvas, gafanhotos e mariposas.

Lagartixa
Alimenta-se de mosquitos, ovos de baratas e outros insetos domésticos.

Pássaros
Alimentam-se de insetos e camundongos, entre outros.

Outros
Também são inimigos naturais: fungos, vírus e bacilos, que atacam determinadas pragas. Exemplo: baclovírus, nomurea.

5.4 Armadilhas

Armadilhas para mosca-das-frutas
Pendura-se “garrafas-armadilhas” nas árvores, contendo caldo de laranja, de pêssego, de ameixa ou de outra fruta, com pequenos buracos laterais para entrada das moscas. Os furos não devem ter mais que 0,5 cm de diâmetro para impedir a entrada de abelhas. O caldo deve ser açucarado e fermentado, ou em fermentação, na proporção de 70 g de açúcar por litro de caldo coado.
As garrafas devem ser penduradas na altura de 1,5 a 1,8 m, em galhos que não sacudam muito, na parte sombreada. O suco deve ser reposto semanalmente, jogando-se fora os insetos capturados.

Buchinha atrativa
Colocar na ponta de urna estaca um pano ensopado com urina de gado, ou com sal umedecido com água. Atrai “fede-fede” da soja, do feijão e de verduras. Passar periodicamente no local e matar o “fede-fede”.
Em lavouras extensivas colocar 20 estacas por hectare. Na horta, colocar a estaca no centro do canteiro. Nos pomares, uma estaca em cada planta.
É importante que a buchinha fique acima do nível da planta, exceto nos pomares.

Armadilhas luminosas
Capturam insetos de hábito noturno. Muitas brocas e lagartas são provenientes destes insetos. Utilizar uma lâmpada fluorescente ou comum, protegida por paletas para auxiliar na captura dos insetos que se deslocam. A lâmpada deve ser colocada ao lado da cultura e não no meio. Abaixo da armadilha, coloca-se um vasilhame com óleo queimado ou com água e sabão. Pode-se usar um grande funil com saco plástico na extremidade baixa. Assim poderão ser soltos os insetos que são inimigos naturais ou que não causam danos à plantação.

5.5 Urina de Vaca
A urina de vaca possui em sua composição praticamente todos os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento das plantas. A urina de vaca é um excelente adubo foliar e aumenta a resistência das plantas às pragas e doenças.
Coleta do material: a urina deve ser coletada de vacas que estejam no período de produção de leite. Proceder a coleta no momento da ordenha.
Modo de usar: armazenar a urina em um vasilhame fechado pelo menos por três dias para fermentar. Fazer uma solução de 1% de água e urina, ou seja, um litro de urina em 100 litros de água.
Doses mais fortes podem queimar a planta. A urina poder ser guardada por um ano, depois disso ela enfraquece. Pode ser usada em lavouras de feijão, batatinha, melancia, tomate e todos os tipos de hortaliças.

5.6 Urina de Cabra
Para urina de cabra (mais rica em N) a diluição é de 0,5%. A aplicação da urina ainda funciona como repelente (especialmente da mosca branca encontrada nas solanáceas) e como fungicida, eliminado uma série de microrganismos nocivos.

5.7 Preparados com Fumo
Os diversos preparados com a utilização de fumo apresentam indicações para o controle de algumas lagartas, pulgões, cochonilhas e vaquinhas em geral.
De modo geral não apresentam restrições, exceto para o grupo das solanáceas (tomate, batata, berinjela e jiló) e após seu emprego, aconselha-se respeitar um intervalo de aproximadamente duas semanas para se proceder a colheita.
Preparado no 1
20 cm de fumo-de-corda
½ l de água
Corte 20 cm de fumo e deixe de molho durante 1 dia em ½ litro de água. Para aplicar sobre as plantas visando pulgões e cochonilhas, utilize 3 – 5 colheres de sopa desse preparado diluído em 1 litro de água.
Sendo a nicotina volátil, não é aconselhável o uso dessa solução após 8 horas do preparo.
Preparado no 2
100 g de fumo-de-corda
½ litro de álcool
½ litro de água
100 g de sabão neutro
Misture 100 gramas do fumo cortado em pedacinhos em ½ litro de álcool acrescentando ½ litro de água e deixe curtir durante 15 dias.
Após esse tempo, dissolva o sabão em 10 litros de água e junte a mistura curtida.
Pulverize nas plantas nessa concentração quando o ataque de pragas como vaquinhas, cochonilhas, lagartas e pulgões for intenso, ou dilua até 20 litros de água no caso de baixa infestação.
Preparado no 3
20 g de fumo de rolo picado
1 l de água
20 colheres de sobremesa de querosene
3 colheres de sopa de sabão em pó
10 litros de água
1 litro de calda de fumo
Para o preparo da calda de fumo coloque 20 gramas de fumo de rolo bem forte, picado em 1 litro de água, fervendo essa mistura durante 30 minutos para então coá-la.
Aqueça 10 litros de água e junte 20 colheres de sobremesa com querosene e 3 colheres de sopa com sabão em pó.
Deixe esfriar em temperatura ambiente e junte 1 litro da calda de fumo preparada para proceder a pulverização das plantas, visando pulgões, vaquinhas e cochonilhas.

Preparado no 4
50 g de fumo de rolo
1 punhado de pimenta malagueta
1 litro de álcool
250 g de sabão em pó
Dentro de 1 litro de álcool, coloque o fumo e a pimenta picados, deixando essa mistura curtir durante uma semana.
Para usar esse preparado, em pulgões, ácaros, cochonilhas, dilua o conteúdo em 10 litros de água contendo 50 gramas de sabão em pó ou detergente dissolvido.
Preparado no 5
20 g de fumo de rolo
1 l de água
Utilize 20 gramas de fumo de rolo bem forte, que deve ser picado e fervido durante ½ hora em l1 litro de água. Coe em pano fino e misture com 3 a 4 litros de água limpa visando pragas como pulgões, vaquinhas, formigas e cochonilhas sem carapaça.
5.8 Preparados com Sabão
Os diversos preparados em que se emprega o sabão apresentam indicações para o controle de lagartas, cochonilhas, tripes, pulgões e ácaros.
Alguns são preparados exclusivamente com sabão enquanto que em outros, recomenda-se a associação com querosene.
De modo geral não apresentam restrições, porém após seu emprego aconselha-se respeitar um intervalo de aproximadamente duas semanas para se proceder a colheita.
Preparado no 1
100 g de sabão neutro
10 litros de água
Dissolva o sabão neutro em ½ litro de água quente e para a aplicação, dissolva novamente o preparado em 9 ½ litros de água, visando pragas como tripes, pulgões, cochonilhas e lagartas.

Preparado no 2
50 g de sabão de coco em pó
5 l de água
Coloque 50 gramas de sabão de coco em pó em 5 litros de água fervente. Deixe esfriar e pulverize freqüentemente sobre as plantas, no verão e na primavera visando lagartas e cochonilhas.

Preparado no 3
1 kg de sabão
3 l de querosene
3 l de água
Derreta o sabão picado em pedaços numa panela com água e quando estiver completamente derretido desligue o fogo. Acrescente então o querosene mexendo bem a mistura. Dissolva 1 litro dessa emulsão em 15 litros de água para sua utilização, repetindo a aplicação a intervalos semanais visando principalmente pragas como pulgões e ácaros.

Preparado no 4
500 g de sabão
8 l de querosene
4 l de água
Ferva a água com sabão até a dissolução total. Uma vez em ebulição, retire do fogo e coloque o querosene, agitando a mistura durante 5 minutos até a formação de emulsão cremosa e suave, sem oleosidade livre.
Dilua 1 parte do preparado 20-25 litros de água, visando cochonilhas, pulgões e larvas minadoras de folhas.
6 PRODUÇÃO DE ADUBOS ECOLÓGICOS

6.1 Compostagem
O que é compostagem?
É uma técnica de transformação de material orgânico como, por exemplo, restos vegetais e esterco, em adubo natural. Esta transformação ocorre devido à atividade de microrganismos que utilizam este material como fonte de energia e nutrientes.

Qual a sua importância?
Devido ao intenso cultivo de uma área, a fertilidade do solo é reduzida. A incorporação do composto aumenta a fertilidade do solo, fornecendo nutrientes como nitrogênio, Fósforo e Potássio, além de micronutrientes, que são indispensáveis.

O que utilizar como matéria-prima para o composto?
Para que os microrganismos se desenvolvam de maneira adequada, é necessário uma fonte de Carbono, uma fonte de Nitrogênio, umidade e oxigênio. Como fonte de nitrogênio podemos usar esterco bovino, suíno, cama de galinha, etc. Como fonte de Carbono feno, palha, casca de grãos, serragem, capim, etc.

Como produzir?
A técnica mais utilizada para a produção do composto, e a formação de grandes amontoados de estrume e palhas, arranjadas em camadas superpostas.
Tamanho: de 3 a 5 m de comprimento por 2 a 3 m de largura. A altura deverá regular em função da altura do agricultor, porém não deve ter menos de 1 m. Deve – se fazer sulcos de 0,15 m de profundidade nas laterais da meda para conduzir o chorume produzido até um pequeno depósito que pode ser construído em um ponto de nível mais baixo.
Terreno: deve ser plano ou aplainado.
Disposição das camadas: inicia-se com uma camada de material palhoso de 20 a 30 cm de expessura. A segunda camada é feita espalhando-se o estrume logo acima da palhada.
Umidade: molha-se abundantemente, tendo o cuidado de evitar que a água escorra, para que não haja perdas de nutrientes pelo chorume.
Aditivos: polvilha-se uma fina camada de terra orgânica e por cima. Em seguida repetem-se os mesmos passos, até que a altura atinja perto de 1,60 m, o que deverá variar de acordo com a altura do agricultor.
Cobertura: para evitar o ressecamento, cobre-se a meda com terra.
Temperatura: quando a temperatura no interior da meda atingir 70 oC, deve-se adicionar água, porém evitando o encharcamento. Na prática, a temperatura será excessiva para o bom andamento da compostagem quando, ao colocarmos a mão no interior da meda, não suportarmos o calor.
Manutenção: deve-se fazer o revolvimento da meda 2 ou 3 vezes: aos 20 a 30 dias do início, entre 40 e 60 dias e, se necessário, 20 dias após o segundo.

Como usar na sua horta?
Efetuar a incorporação de 40 litros de composto por metro quadrado de área útil.
7 BIBLIOGRAFIA
Aly Ndiaye Eng. Agrônomo responsável pela elaboração do sistema PAIS.
Cepagri. Agricultura Alternativa Ecológica. Mondai, SC.
Sonnenberg, P. Olericultura Especial. Curso de agronomia. Universidade Federal de Goiás–UFG. Goiânia. 1985
Vivan, J. Pomar ou floresta, ASPTA, RJ.
Zamberlam, J. Agricultura Ecológica: preservação do pequeno agricultor e do meio ambiente. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.