Distrito Morumbi, localizado a 20 km de Eldorado, veja a baixo as  imagens.

 

Contexto Histórico do Distrito Morumbi

Peço a todos usuários do site quando fizer uso de arquivos de imagens, textos e vídeo mencionar a fonte e autor.

O Porto Morumbi trata-se de um antigo porto banhado pelo Rio Paraná que encontra-se desativado.Atualmente o local é um Distrito de Eldorado denominado Distrito do Morumbi. Localizado a 20 km da sede do Município, o distrito já foi o local principal de entrada e saída de pessoas e mercadorias da região. Recebeu seus primeiros moradores a partir de 1954, em sua maioria, migrantes do Estado de São Paulo e Paraná.

Foi nessa época que um Senhor chamado Leocíndio Batista, chegou ao porto e junto a outros empresários resolveu investir no local. Com o passar do tempo dividiram a região do porto em lotes com a intenção de torná-lo um município. Em entrevista com a Sra. Dair Brum Batista, esposa do Sr.

Leocíndio Batista, este já falecido, nos foi relatado que na época em que seu marido chegou ao porto havia um residente no local, o Sr. Peruci que vivia em uma das ilhas próximas dali. Atualmente a ilha em que este senhor morava recebe seu nome.

Viviam também nessa região alguns índios e mestiços que trabalhavam extraindo madeira para lenha, utilizada no abastecimento das balsas e barcos que ali atracavam. Uma vez por semana um barco saía de Presidente Epitácio, no Estado de São Paulo, rumo a Guairá no Estado do Paraná, sob o comando do Capitão Heitor, e passava pelo porto de Morumbi para entrega de mercadorias. Esse trajeto de ida e volta de Presidente Epitácio a Guairá levava pelo menos cinco dias, dois dias para descida do rio e três dias para sua subida. O local servia de ponto para abastecimento da região do entorno.

O acesso ao Porto Morumbi era feito, principalmente, via fluvial, mas havia também o acesso aéreo para pequenos aviões que aterrisavam em uma das ilhas do Parque Nacional da Ilha Grande, muito utilizado por colonizadores que vinham conhecer a região e adquirir terras.

O acesso entre o porto e a cidade de Eldorado só era feito por meio de carroças com tração animal e jipes que atravessavam matas fechadas de difícil acesso. Os moradores da região iam ao porto frequentemente para comprar mercadorias. No porto também se dava o acesso ao Estado do Paraná, onde havia uma balsa que fazia a travessia de veículos e pessoas até o Porto Iara, que dava acesso ao município de Altônia.

Primeiramente a economia local era totalmente voltada à extração madeireira, inclusive com instalação de indústria (serrarias).O solo fértil, a abundancia de madeiras nobres atraiu muitas famílias.
Nesse processo de exploração notou-se que a região possuía em suas matas grande quantidade de árvores de palmito nativo, o que gerou novas fontes de renda. A partir daí instalou-se no porto uma fábrica de palmito, conhecida como Caiçara, desativada há anos por escassez de matéria-prima, pois a exploração desordenada resultou no desaparecimento da espécie na região.

O porto não era apenas uma rota comercial, mas também um ponto de fluxo turístico. As pessoas que vinham ao rio Paraná visitar as famosas Sete Quedas, localizadas próximas ao município de Guairá, desciam da balsa no porto de Morumbi e seguiam de barcos até as quedas d’água.

Com o desenvolvimento dos municípios do entorno e a pavimentação de suas principais vias de acesso rodoviário, a escassez de madeira e do palmito, houve uma queda desenfreada do crescimento e desenvolvimento, tanto econômico quanto social, do Distrito.

Ausentes a madeira e o palmito a atividade econômica voltou-se para a confecção de tijolos, através da exploração da argila. Tal exploração iniciou-se nas últimas duas décadas. Neste período a comunidade sempre enfrentou grandes dificuldades, em especial, pela dificuldade de acesso a matéria prima, que se encontra em propriedades privadas, escassez de recursos para investimentos bem como, baixa qualificação profissional.

Atualmente a principal economia local ainda é a confecção de tijolos. Existem no local três indústrias de cerâmica com produção de tijolos de 6 e 8 furos, e 12 olarias que produzem o tijolinho maciço, de forma artesanal.

Como essas olarias estão instaladas muito próximas ao Rio Paraná, constantemente são inundadas pelo transbordamento do mesmo.

de todos. Há uma expectativa por parte da comunidade quanto a implantação do Núcleo de Artesanato em argila, pois representa oportunidade de gerar renda, possibilitando o crescimento e desenvolvimento da economia local.

Texto transcrito por: Priscila de Oliveira Turismóloga